A VIDA NÃO ACABA PARA QUEM TEM FÉ
Por: Eli Vieira Xavier
Há alguns anos vimos sofrendo com crises econômicas, na saúde e todos os tipos de desmandos por parte de nossos políticos, em todos os níveis. Ano novo, novas esperanças e novo governo, mas, o imponderável continua a nos assustar. Presidente que não se restabelece, tanto por fazer e alterar e o país estagnado.
Tudo o acima, nos preocupa, mas, são apenas mazelas (dificuldades e problemas sociais), nada nos dói tanto quanto vermos “desgraças” acontecendo, que muitos chamam, até de forma singela, como sendo “catástrofes inesperadas” ou “meros acidentes”. Creio que nos acostumamos com as coisas “feitas nas coxas”, “na gambiarra” e “no mais ou menos está bom”, exemplo disto temos “Brumadinho”, o “Ninho do Urubu” e a queda, agora, do helicóptero transportando o fenomenal Ricardo Boechat”.
Seria esta sequência de fatos trágicos meros acidentes ou total falta de cuidados com as vidas de seres humanos? Não estaria, sempre e sempre, sendo privilegiado o lucro ao invés de cuidar da coisa pública e de seus habitantes? Será que, mais uma vez, vamos dizer que a queda do helicóptero foi falha humana?
Doe-nos ver tantas vidas ceifadas por negligências, doe-nos vermos a perda do Ricardo Boechat, alguns vão dizer que a sentimos por egoísmo, mas, cumpre-nos ressaltar que afora tudo o que ele representou para taxistas, para a gente do povo e expondo as vísceras dos sofrimentos de tantos brasileiros, odiado por tantos, principalmente por políticos, a quem dizia de forma escancarada que não gostava dos mesmos, fez, de forma singela e enfática um elogio aos serviços executados pelos Despachantes Aduaneiros, isto porque tentou liberar um “banner” relativo á propaganda de uma feira que visitara no exterior, e do qual gostara tanto, que depois a lhe enviaram como presente e, então viu e sentiu, o quão difícil é a vida de quem se envereda pelos caminhos alfandegários.
Não era ele um importador, mas apenas e tão somente uma pessoa física que tentava liberar um presente que recebera. Nós, após quase cem anos de estrada no comércio exterior, nunca recebêramos um cumprimento e elogio tão sincero e espontâneo. Isto nos fez pensar que nossa perda foi incomensurável, tal e qual a de tantos entes queridos perdidos em tantas tragédias, pois, contrariamente do que estamos acostumados, ficamos a imaginar quando alguém mais nos dará o crédito que merecemos, assim, para todos aqueles que partiram de forma tão trágica e de inopino, resta a certeza de que A VIDA NÃO ACABA PARA QUEM TEM FÉ, assim como é, e será, nossa categoria de DESPACHANTES ADUANEIROS.
Que os tragados pelas lamas da irresponsabilidade; que os “anjos” que tentavam driblar uma vida tão difícil de ser vivida e que o paladino dos fracos e oprimidos, sejam recebidos com hinos de louvor e tenham uma VIDA ETERNA.
Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro Certificado OEA.
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda.
Santos, 12 de fevereiro 2019.