Estamos às portas de mais uma edição dos Jogos Olímpicos, o que para os Despachantes não ocorre a cada quatro anos, mas, muito pelo contrário, ocorre diariamente e ao longo de toda sua carreira, afinal qual deles nunca participou de verdadeiras corridas de 100 metros rasos para atender as urgências de seus clientes ou de vencimentos de prazos (armazenagens, dead-line, etc.)?
Qual deles não participou, muitas e muitas vezes, de batalhas, em uma verdadeira luta de boxe digladiando-se com fiscais, não raro em ferozes combates, estes a defender o fisco e aqueles a defender seus clientes. Quantas destas lutas não se transformam em verdadeiras maratonas, consumindo dias e dias de discussões?
Quantos deles já não nadaram, nadaram e morreram na praia? Tal o número de exigências e posições subjetivas a serem superadas.
Quantos deles não tiveram que participar de verdadeiras corridas de obstáculos, sempre a, necessariamente, terem que entender, contornar ou enfrentar as barreiras da legislação?
Quantos já não carregaram pesos, muitas vezes insuportáveis, como verdadeiros halterofilistas, mesmo que eles (os pesos) não lhes pertencessem, mas à sua clientela, e os carregam, sempre na ânsia de bem atender seus parceiros?
Quantos já não tiveram que usar a velha e bonita arte de digladiar, sempre a desafiar seus conhecimentos com esmerados embates e a se verificar, ao final, com quem está a razão.
Quantos já não tiveram que mergulhar fundo, como a saltar de uma plataforma, sempre na busca de uma solução ou na resolução de um problema, sempre sem levantar muita espuma?
Quantos não tiveram que se agarrar às suas crenças ou se engalfinharem com seus desafios, e até desafetos, como se fosse em um luta greco-romana, para vencer as batalhas que lhes são impostas durante sua carreira?
Quantos não tiveram a leveza de um balé aquático, com muito fôlego, graça e destreza para conquistar clientes e fiscalização, sempre na busca de uma sobrevivência diária?
Quantos já não tiveram, depois de muita luta, como um verdadeiro lutador de judô a enfrentar oponentes mais fortes e, por vezes, com golpes sujos e viram-se frente a uma derrota ou da perda de um cliente, ficando a lhe parecer que a luta, ou seu resultado final não foi justo?
Mas, apesar de todo o sofrimento e entrega sempre, ou a maioria das vezes, sentimo-nos recompensados pelo ganho da tão sonhada medalha, refletidas nas liberações ou nas resoluções de problemas insolucionáveis. Isto sim é chegar ao Olimpo e ver recompensada toda sua entrega e luta, mesmo após combater terroristas invisíveis, e por vezes visíveis. Parabéns bravos guerreiros.
Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro.
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda.
Santos, 25 de julho de 2016