Artigo: Os Ensinamentos das Paralimpíadas

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Os Ensinamentos das Paralimpíadas

Por: Eli Vieira Xavier

Confesso-vos que muito relutei para escrever este artigo, tal a dificuldade para fazê-lo, sem ferir, estes fantásticos seres humanos que com garra indescritível, vontade pura de superação, amor à vida e suas incomensuráveis entregas, já que o fazem de corpo e alma, aos esportes que praticam neste excepcional evento.

Guardo na retina o espetáculo da abertura e me comovo, todos os dias, com as disputas, o esforço e as alegrias das vitórias, assim como pelos vencidos. Vencidos por não ocuparem um lugar no pódio de medalhas, mas, recompensados e vibrantes por terem dado tudo de si e participado de um certame desta envergadura, e mais, demonstrando que não estão derrotados para a vida.

Pena, muita pena, que nos muitos segmentos de nossas vidas, deparamo-nos, todos os dias, com pessoas que teem uma deficiência muito maior, a moral, pois esta não merece os louros da vitória e nem devem ser comemoradas, muito pelo contrário, devem ser repudiadas e execradas. Que digam os atletas do “mensalão”, do “petrolão”, etc., repleto de competidores e com seus vários técnicos a lhes indicar e ensinar como não tratar de forma correta a coisa pública.

Entristece-nos, também, a forma como seres perfeitos, pelo menos fisicamente, se comportam, até mesmo no exercício do seu mister, de forma suicida, sem se preocuparem com o dia de amanhã, entregando serviços a preços aviltados, portanto se autodesvalorizando, talvez e até, no caso destes, porque lhes faltem a qualidade, portanto deficientes, que o serviços de despacho aduaneiro requer.

Dias difíceis estes que passamos no Brasil e não é nada consolador, e muito, muito difícil, encontrarmos colegas que se digam satisfeitos com a situação atual, mas, tal e qual fazem os atletas paraolímpicos, devemos nos valorizar, ter garra, luta e comprometimento, pois, se a nossa profissão de despachantes aduaneiros continuar neste estado de degradação, nada nos restará a não ser morrermos todos abraçados, ou pelo menos mutilados, e sem uma medalha de mérito, pelo menos, para ostentar e comemorar.

Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro.
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda.
Santos, 16 de setembro de 2016

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