Os Estragos que a Economia Provoca no COMEX
Por: Eli Vieira Xavier
Em Artigo recente discorremos sobre o fato dos Despachantes Aduaneiros serem um termômetro (Despachante Aduaneiro – Termômetro da Economia) do momento econômico enfrentado por este tão lindo, universal, pródigo e tão mal tratado País.
Temos ouvido notícias de dispensas e mais dispensas na área, colaboradores estão perdendo seus postos de trabalho aos montes e sem perspectiva, pelo menos até onde podemos enxergar, de quando poderão ser reaproveitados.
A barafunda em que foi colocado o País é traduzida pela mingua das operações de comércio exterior. Ninguém tem dinheiro para fazer, ou manter, estoques, tudo o que se precisa é procurado no momento exato. Não há como se fazer uma planificação.
Ouvimos dizer, até de certa forma endossando o que acima esposamos, que existem empresas que estão com estoques altíssimos, pois, os distribuidores não estão comprando porque não teem quem consuma os produtos, ou seja, a ponta não está vendendo. Até mesmo em setores de alimentos ou de medicamentos os estoques estão altos, pois não há o consumo na praça. Falta dinheiro para o povo.
Quando pensamos que chegamos ao fundo poço eis que, de forma assustadora, ele mais se aprofunda.
Não queremos aqui, e nem temos a pretensão, de tecer considerações à política, partidos ou governantes, mas, poxa (para não soltar o verbo)!, quando isto vai ter fim? É aumento em cima de aumento. Taxas e mais taxas que estão sendo reajustadas no escuro da noite e espelhadas no raiar de um novo Diário Oficial.
Bate o desespero em todos os segmentos, e com o de despachos aduaneiros não seria diferente. Tem gente preocupada que está dando muito Canal Verde e que nossos serviços podem estar sendo desvalorizado por esta massa de parametrização sem análises. Ora, vamos e venhamos, o desaguar de um despacho com liberação automática é decorrente de todo um trabalho que antecedeu seus registro, propiciando que o sistema fizesse uma leitura de que aquele despacho está apto para ser liberado automaticamente.
Nestes mais de quarenta e cinco anos de estrada neste “métier”, desde sempre, ouvimos dizer que estamos no fim da carreira de despachantes. E o que aconteceu? Nada, ou melhor, eles se fazem cada vez mais necessários. Necessários para deslindar este intrincado mundo de legislação, de novidades que saem todos os dias. Plagiando um adesivo que os advogados usam em seus carros, podemos dizer: Sem Despachante o Brasil para.
Ao invés de ficar choramingando pelos cantos, entendo que, com todo o respeito e ressalvando alguns tantos, talvez menos do que tantos, devessem todos se fortalecer na leitura, no acompanhamento da legislação, do empenho em oferecer aos seus pares rumos de como economizar. Esqueçam o maldito “copia e cola”, pois, parece que este está, a cada dia, mais incrustrado na forma como executam seus trabalhos. Sempre passei aos que me cercam que não existem dois despachos iguais. Cada um tem sua identidade própria. Se não acreditam, lembrem-se tantos quanto já passaram pelo dissabor de lamentar: Pô mas este é igual a tantos outros que já fizemos! E tome-lhe porrada!
É senhores, sempre foi assim, mesmo que, talvez, não nas proporções com que vem acontecendo, mas, somos nós a trabalhar de dia e o Governo a nos tomar de noite.
Deixemos de lamentações e corramos atrás de soluções, nem que seja à custa de nossa recriação e contando com a ajuda daqueles que não se autovalorizam, pois, se assim não o for, quem sabe, chegará o dia em que todos iremos morrer abraçados.