DESPACHANTES ADUANEIROS DE HÁ MUITO SE SENTEM COMO COVIDESPACHANTE

Por: Eli Vieira Xavier


Já vai longe o tempo em que
éramos tratados com respeito e parceiros da Receita Federal. O status do
Despachante chegou, em priscas eras, a tal ponto que era nomeado diretamente
pelo Presidente da República. Hoje? Ora hoje em dia nem precisamos tecer
considerações sobre como se galga tão bela, necessária e ilustre profissão.

Na esteira destas facilitações
vieram tratamentos não republicanos, ou longe daquele que nos era dado.
Hodiernamente, que na realidade já vem acontecendo há um bom tempo, pelo menos
é o meu sentimento particular, somos tratados como portadores de um vírus,
onde, a cada dia, somos, mais e mais, afastados do contato com as autoridades
aduaneiras.
Somos hoje seres virtuais, não
temos rosto e nem muito menos diálogo. Diálogo este, que a meu simplório ver, é
extremamente necessário, pois existem várias questões que têm que ser debatidas
para uma solução mais célere, pois, a troca de mensagens, via de regra, se
arrastam e ficam à mercê da boa vontade de seu interlocutor.
É caros amigos Despachantes, esta
nossa vetusta (antiga) profissão já não tem mais glamour, muito menos respeito
e múnus público. Veja-se a forma de ascensão e a permissão para que outros atores,
via de regra totalmente despreparados, exerçam este mister. A nós nada, e aos
outros tudo, e quando digo tudo, digo até muito mais, e com maiores facilidades
do que aquelas que nos são dadas.
Mas não queremos favores ou
benesses, só queremos respeito, diálogo e liberdade de atuação, ou que, pelo
menos, sejam exigidos aos demais intervenientes – nome bonito né? – as mesmas
exigências e punições que nos são impostas. Por que, nem ao menos somos mais
elencados como intervenientes OEA, e olha que isto por uma simples canetada
através de uma IN, sem uma Lei que lhe dê suporte. Somos “persona non grata”.
Já aos demais nada se exige, muito menos comprovação de formação e capacidade
profissional. Onde está a isonomia? O gato comeu?
Dia 25.04 é o dia do DESPACHANTE
ADUANEIRO, e, recebam desde aqui até aí meu fraternal abraço, e tal como vocês
sinto-me um COVIDESPACHANTE, assim, não cheguem perto das “otoridades” (não
está errado é assim mesmo que vejo, porque muitos não têm autoridade), sob pena
de contagiá-los.
Feliz, à medida do possível, DIA
DOS DESPACHANTES ADUANEIROS.



Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior e Despachante OEA


Santos,  24 de abril 2020