Neste dia 25 comemora-se o DIA DO DESPACHANTE ADUANEIRO e, como tantas outras coisas neste nosso Brasil dos dias atuais, muito pouco há o que se exaltar ou comemorar.
De há muito temos visto muitos colegas claudicarem nesta estrada, não suportando concorrências desleais, algumas Comissárias tradicionais encerrarem atividades, e tantos outros a viverem teimosamente com seus parcos ganhos.
Temos visto uma verdadeira guerra pela sobrevivência, bem lembrando o dito popular que ensina que “casa onde falta o pão, todos gritam e ninguém tem razão”, mas por que este estado de coisas?
A nosso ver, e com a devida vênia de quem discorda, são vários os motivos: má formação de profissionais que saem no mercado oferecendo serviços a preços vis, concorrência desleal de transitarias multinacionais, empresas terminais oferecendo pacotaços, etc.
Cito a má formação de profissionais tendo em vista a enxurrada de “despachantes” que ascenderam a esta posição com a abertura desmensurada promovida pelo Decreto 646/92, que para firmarem-se no mercado passaram a oferecer serviços a preços de baciadas.
Tivemos há dias atrás o Exame para OEA e qual não foi o número de reclamações de tantos quantos se submeteram ao crivo de tal certame. É claro que podemos reclamar das condições insalubres, das questões extensas e mal formuladas, inclusive com legislação já revogada, mas, não entendo justo que reclamem simplesmente por sua aplicação, pois, temos que lembrar, ele não é obrigatório e servirá para, sabe Deus quando, rotular o profissional exitoso no concurso com um selo de qualidade.
Já que nossas entidades de classe não lograram êxito em colocar uma data de corte para dispensar alguns da realização do exame, então que essas envidem seus esforços para que o mesmo exame seja aplicado a todos, sem distinção, inclusive para os profissionais que trabalharem em empresas habilitadas como OEA, pois não há que se confundir os requisitos objetivos da empresa com os subjetivos da pessoa física que exercita, em substituição dos despachantes, as atividades do despacho.
Enfim, mesmo com tantos percalços, afora aqueles que ferem de morte nossa economia a cada dia atingindo, de forma direta, tantos quanto militam nesta área na medida em que se a “roda da economia trava”, toda a cadeia também é travada, esperamos que dias melhores surjam rapidamente e possamos outra vez dizer “FELIZ DIA DOS DESPACHANTES ADUANEIROS”.
Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro.
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda.
Santos, 25 de abril 2016[:]