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O ACASO DO OCASO

Por: Eli Vieira Xavier
Em vias
de completar 50 anos de militância na área de despachos aduaneiros, tendo sido
zangão, ajudante de despachante, despachante aduaneiro e despachante aduaneiro
OEA, sinto-me, infelizmente e tristemente, desmotivado e meio que sem chão.
Alguns
dirão que já estaria na hora de aposentar-me, mas, sempre, ou praticamente, só
fiz isto na vida, e sinto-me ainda capaz para continuar a realizar esta tão
nobre, centenária e apaixonante profissão.
Venho de
uma época em que o Despachante era reconhecido, respeitado e bem remunerado.
Peguei alíquota de Imposto de Importação de 400% para produtos supérfluos,
peguei Pauta de Valor Mínimo, Preço de Referência, Depósito Compulsório, etc.
Não se
trata de saudosismo, mas sim de se estar a perguntar: O que somos hoje? Onde
foi parar o respeito e o reconhecimento?
Nos dias
atuais somos quase que praticamente execrados e trocados por míseros reais. Não
há o menor respeito do importador/exportador por anos à fio de prestação de
serviços de qualidade. Coloca-se todos no mesmo balaio de um tal BID.
Disputa-se serviços com empresas de capital estrangeiro, abre-se a perspectiva
– aqui não é, em verdade, mera perspectiva, mas realidade – de novos atores.
Brigam multinacionais, Comissárias, Agentes de Cargas e toda a espécies de empresa,
na busca da ocupação do espaço que sempre foi reservada aos Despachantes
Aduaneiros, que, doa a quem doer, sempre deitaram em berço esplêndido.
Culpa
deles (Despachantes)? Sim, pois, nunca cobraram, ou poucos o fizeram, de forma
dura e continuada por uma ação de seus representantes sindicais, sendo que me
incluo neste rol por nunca ter frequentado e ter sido ativo junto a estes, para
que procurassem preservar mais a categoria do que o bendito SDA.
E o que
dizer da Receita Federal, onde até mesmo um Despachante com o rótulo de
qualificação OEA é defenestrado (ato de atirar pela janela) por uma mera
canetada de uma Instrução Normativa.
O que
dizer do tratamento gélido que recebemos, sem que sequer possamos estar a
discutir pessoalmente com um AFRFB sobre uma determinada exigência. Não, isto
não pode, porque somos tidos como criminosos e podemos querer, quem sabe,
coaptar o incauto e puro AFRFB. Como se dentre eles só existissem santos.
Por tudo
isto é que não por acaso estamos no ocaso de uma profissão tão necessária. Os
tempos dirão se somos, ou não, totalmente desnecessários e descartáveis.  
Eli
Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro
Diretor
da Lenivam Serviços de Comércio Exterior e Despachante OEA
Santos, 03
de fevereiro de 2020