O CORONAVIRUS, A BUROCRACIA BRASILEIRA E DO COMÉRCIO EXTERIOR

Por: Eli Vieira Xavier
Despiciendo
(desnecessário) tentar explicar o que é e qual a velocidade da transmissão
deste vírus que está logo ali, ao alcance das mãos de qualquer pessoa. Em nossa
empresa, pelo menos em Santos, depois de reunir-me com os nossos colaboradores,
fica patente a dificuldade de tentarmos implantar um serviço de home office,
dado à burocracia que permeia nossa área de atuação.
Em
plena era da informática, com grandes investimentos para desenvolvimento de
programas, vimos, ainda, que vários órgãos ainda insistem em que vários
documentos sejam apresentados fisicamente, mesmo que os mesmos já estejam
disponibilizados através de dossiês e outras ferramentas. O “non paper” parece
que nunca vai deixar de existir, seja por serem os servidores “jurássicos” ou
por terem preguiça de abrir os sistemas.
E
o que se dizer de Cias. Marítimas que insistem em ter em suas mãos
Conhecimentos de Cargas Originais, sendo que eles poderiam consulta-los junto
aos seus representados e emissores do mesmo, ou, por que não aceitar que os enviemos
“scaneados”. O mesmo se diga a Termos de Demurrage, onde, somente uns poucos,
já adotaram Termos anuais e não B/L a B/L. Todas estas medidas oneram e fazem
pessoas circularem desnecessariamente e se expondo a contágios com o COVID 19.
Agora,
com esta ameaça, talvez, venham a adotar práticas que facilitem a vida dos que
atuam nesta área, ainda mais quando sabemos que estes Agentes se deslocaram do
Centro da cidade para bairros afastados, obrigando deslocamentos e, por vezes
espera de horas à fio em fila de espera para liberar um simples B/L.

passou da hora de se ter que expurgar exigências absurdas, desnecessárias,
burocráticas e custosas, ainda mais agora onde o simples manuseio de uma folha
de papel pode carregar não só o conteúdo que já está à disposição nos sistemas,
mas também a terrível ameaça de ser um propagador do vírus.
E
por falar em vírus, está mais do que na hora de que nosso “Parlamento”, é assim
que o Senado e a Câmara, se autointitulam, deixem de agir de forma virulenta e
de forma somente a olhar para seus próprios umbigos e pensarem no que é melhor
para a Nação. Que deixem de trancar pautas urgentes por simples revanchismos,
interesses próprios e nauseantes, que deixem o Brasil crescer sem o COVID 19 e
tantos outros vírus que por lá circulam e têm cadeiras.   
Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior e Despachante OEA
Santos, 18 de março de 2020