Por Eli Vieira Xavier
Sempre que surge uma “greve” já se sabe, de antemão, que alguém irá pagar e sofrer, seja os próprios grevistas que, por vezes, têm que fazer coisas que comumente não fazem, seja o pobre do usuário do serviço.
Sem entrar no mérito de se o movimento reinvidicatório é justo ou não, ou se a adesão é ou não de 100%, uma coisa é certa, pois, enquanto aqueles que reclamam por algo, ou aqueles que não aderiram ao movimento, ou até mesmo aqueles que retornaram ao trabalho por uma decisão superior se recolhem aos seus lares ao fim do expediente, fazem com que aqueles que se socorrem dos serviços vivam feito “zumbis”, sem dormir, sem ver seus familiares, sem serem tratados com a decência que todo ser humano merece.
Alguém acha um exagero o acima afirmado? É porque não sabem o que estes “pobres coitados” penam para ver executada uma tarefa que lhe foi incumbida, haja vista o que está ocorrendo no Posto de Vigilância Sanitária da ANVISA em Santos, onde, no princípio, várias pessoas acabavam chegando de madrugada para disputar quem seria atendida. No dia de ontem (29.08.12), pasmem, por volta das 16:00 h, já tínhamos 4 (quatro) pessoas guardando vez para o dia seguinte, sendo que hoje a fila já começou com o término do atendimento que se realiza na parte da manhã, ou seja, aqueles que passaram mais de 20 horas à porta daquele órgão, na esperança de serem atendidos, e não foram, ali permanecem, guardando seu lugar para o dia de amanhã (31.08.12).
Sabemos que usam este artifício para galgarem aquilo que acham a que têm direito, mas, em sã consciência, onde está o respeito e a dignidade à pessoa humana? Por que não deixam de martirizar aqueles que, tal como eles, só querem trabalhar? Por que eles (grevistas) e as autoridades superiores não implantam um sistema de atendimento justo e humano? Por que subjugar pessoas a este estado de privação?
Este filme já vimos antes, seja com a Receita Federal, com o MAPA ou com qualquer outro órgão envolvido em comércio exterior e, enquanto estes trabalhadores padecem, vemo-nos afetados ainda por uma corja de malandros que vivem a destilar venenos, mentiras e denuncias, fundadas ou não, conturbando e exacerbando os nervos daqueles que já quase não os tem.Melhor seria se usassem seu tempo na busca de um atendimento justo e não a provocar este estado de ânimo que só faz crescer a desavença entre pessoas que nem sequer se conhecem.
Já diria alguém no passado: Companheiros! Não me deixem só! Ou, ainda, Viva a Greve!, mas perguntaria eu, por que não gritarmos “QUEREMOS RESPEITO”!!!!!!!
Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro. Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda. Santos, 30 de agosto de 2012.