Que País é Esse?


Por: Eli Vieira Xavier





Com a devida vênia do conjunto Legião Urbana, fico a me perguntar: Que País é esse? Onde vemos desgraças a acontecer diariamente, famílias a se desmaterializarem, crianças rebeldes e escravas de computadores, joguinhos malditos onde se aprende a matar, zap-zap que retira, de todos, adultos e crianças, a arte de se falar e comunicar (até eu às vezes entro nessa).





O mundo mudou, e continua a mudar. Por certo com coisas muito boas, mas, outras, de tão ruins, acabam por interferir na educação e na arte do bom convívio.





Nosso país, que tem leis para tudo, e para todos os gostos, até mesmo para impedir que crianças menores de 16 anos possam trabalhar, mas, não impede que estas mesmas crianças, menores, roubem e matem.





É muito bonitinho para aqueles que podem dar o leite e o pão para estas crianças, mas e as que são filhos de desempregados ou teem subempregos, não precisariam estas mesmas crianças de um emprego? Podem ficar nas ruas a mendigar ou nos faróis fazendo malabarismos, que não é proibido! Ficar no ócio, envolvido por marginais e trabalhando para eles. Hã! para os marginais eles podem trabalhar, afinal eles não podem ser considerados criminosos, pois, no máximo, cometem ato infracional (bonito né?).





Mostrar bandalheiras na TV pode. Cantar o Hino Nacional nas escolas, NÃO!  





Ai do pai, ou da mãe, que relar um dedo nos seus filhos quando fazem traquinagens ou malcriações. Vão ser denunciados no conselho tutelar e penalizados.





Que País é esse, onde se pede liberdade a um preso por que ele está deprimido? Por acaso cadeia é lugar para deixar as pessoas felizes?





Que País é este onde seu maior governante fica a enviar mensagens descabidas nas redes sociais ao invés de governar de fato. E olha que eu votei nele. Me arrependi? Ainda não, mas, governante tem que governar e saber fazer política. E que sus filhinhos deixem de dar pitaco, ao vivo e em cores, que o façam na calada de seus lares e deixem o papai cuidar do Brasil.





Ainda não vivenciamos alterações profundas, e todos ficam a esperar, seja a economia interna ou a externa, e esperar não enche a barriga de ninguém.





Na área econômica, onde se prometeu uma alteração a cada dia ou semana, nada se vê, pelo menos nas necessidades de que se dê condições para a retomada de uma economia forte, que permita aos empresários investir e gerar riquezas, dentre estas “empregos”.





Na área de comércio exterior, onde existe legislações que precisam ser atualizadas, e porque não condensadas, tal a quantidade de normas a tratar do mesmo assunto e deixar todos de cabelo em pé, sempre correndo o risco de ser pego no contrapé, porque pegadinhas não faltam.





Por que não deixam de ter uma política, e legislação, policialesca, onde os vários órgãos, atores principais do comércio exterior, tratam importadores como verdadeiros criminosos à priori, tal a quantidade de normas que os torna, mesmo sem serem, réus até prova em contrário. O mesmo se aplicando à conduta daqueles que deixaram até mesmo de serem considerados intervenientes para efeitos de OEA. Como é que o despachante aduaneiro deixa de ser interveniente no despacho aduaneiro, se é ele quem representa os importadores e exportadores, subscrevem Declarações de Importação, são penalizados por atos praticados em seu mister e, repito, não são intervenientes? O que são então? Será que alguém poderia nos definir?





Por estas e por outras fico a me perguntar: QUE PAÍS E ESSE?





Eli Vieira Xavier, Despachante Aduaneiro
Diretor da Lenivam Serviços de Comércio Exterior Ltda.
Santos, 13 de março de 2019.